Ivone:
- Cláudia, que se passa? De joelhos, na rua, a fazer o quê?
Cláudia:
- Ai Ivone, desesperada com o que me anda a acontecer. Vê, ainda não limpei tudo e percebe-se do que falo. Tem sido todo o dia, de várias maneiras.
Ivone:
- Mas, estás a dizer-me que alguém se... não, declaração de Amor? Eu conheço, é aqui da empresa?
Cláudia:
- Se mo disseres tu, eu agradeço. Deixa-me só acabar de limpar isto e já vamos falar.
Ivone:
- "A Flor...? Guarda-a e sente o meu amor". Huumm...
Cláudia:
- Ivone por acaso não estás a gozar comigo não?
Quando te contar tudo, eu quero ver o que vais dizer.
Ivone:
- Amiga, claro que não te estou a gozar. Est...
Cláudia:
- Pára... deixa-me ver se consigo disfarçar isto e já vamos conversar com mais calma se é que conseguirei estar calma.
Ivone:
- Pronto...pronto eu espero. Não stresses.
Ohh... a Flor desprezada em cima do carro. Aiii... que cheirinho bom e não é da flor. É perfume de homem e olha que só este cheiro... até a mim me deixa doida.
Cláudia:
- Decididamente não deixas de me gozar.
Ivone:
- Ok... eu calo-me, mas olha que não retiro uma letra ao que disse.
Cláudia:
- Finalmente... está disfarçado. Pelo menos já não se vê a escandaleira que aqui estava.
Ivone:
- Ingrata... Já me calei outra vez.
(Cláudia): Agora? Bem, vou pedir ao segurança que me deixe ir à casa de banho. Nahh...o melhor é ir para casa e tomar um bom banho. Isso...
Cláudia:
- Ivone, vamos para minha casa fazemos qualquer coisa para comermos e falamos com mais pormenor. Achas bem?
Ivone:
- Minha querida, excitada como estou, tu é que mandas. Eu quero é saber tudo.
Cláudia:
- Então vamos, levamos os dois carros porque, hoje, já não quero sair de casa. Quero descansar, sossegar esta cabeça.
Ivone:
- Minha querida, huum... ainda não sei de nada, mas a tua cabecinha ferve.
.
Cláudia:
- Bom, vou tomar um duche rápido. Faz o que quiseres enquanto esperas. Vai ao frigo e come...
não, podias ir adiantando e ías pondo a mesa, mas come sim.
(Cláudia): Ahh... que bom. Só este duche... vamos ver se recomponho esta cabeça. Ainda não consigo assimilar o que anda a acontecer. Estou a ficar paranóica, mas uma coisa sei... é alguém da empresa. O inacreditável é não conseguir associar uma pequena desconfiança e isso... ahh que bom este duche. Se não fosse ter a Ivone, bem que ficava aqui.
Ivone:
- Bolas, ía ver se tinhas adormecido na banheira.
Vá...vá, começa a dar à língua.
Cláudia:
- Deixa pelo menos ver o que vamos fazer para comer.
Ivone:
- Não é preciso, já bisbilhotei o frigorifico e já tenho uma lasanha no forno. Pode ser? Não vale a pena dizeres que não... já está. Talvez uma salada para acompanhar... Puxa Cláudia, começa a falar e deixa o comer. Olha... não é para mim, mas acho que já esgotei o cheirinho da flor, tantas são as vezes que a cheiro.
Cláudia:
- Para ficares já a fazer uma ideia, são bilhetes com poemas, é a flor, mas essa já conheces e, esta nem vais acreditar...
Ivone:
- Conta, conta que eu estou a ficar em choque. Caraças... eu não tenho a tua sorte.
Cláudia:
- Acreditas que este, este... este incógnito foi ao ponto de alterar o fundo do ambiente de trabalho do meu PC e...
Ivone:
- Ai a lasanha... bolas.
Cláudia, ainda tens fome? Eu já dispensava... estou sem tempo para comer, quero ouvir-te. Continuaaa... mulher, estás mesmo lentinha de todo.
Cláudia:
- Calma, dá-me tempo para... Ivone, ou queres saber tudo em pormenor ou...
Ivone:
- Ok, entendi. Olha, a lasanha está pronta, vamos comer.
Pareceu-me ouvir o teu telemóvel.
Cláudia:
- Deve ser a minha mãe. Vai-te servindo que eu não demoro.
Ivone:
- Tá, mas despacha-te. Estou a ver, por este andar, que hoje já não fico a saber mais nada.
Cláudia:
- É...? Tens a certeza? Então lê essa mensagem... tomaaa, segura no telemóvel e lê.
Ivone:
-
"A noite só é bonita...
iluminada pelo teu corpo.
É...És a estrela que mais brilha,
mostrando que o céu não está morto.
Vagueio nesse "espaço"... com vida
e anseio beijar-te numa loucura... desmedida.
Acariciar esse brilho... sedutor,
sentir a tua pele, o teu calor...
e ferver...
envolvendo-te com o meu Amor..."
.
Está anónimo, o número.
Cláud...
Cláudia... Que estás a fazer? Aí sentada, com essa cara e a beijar essa Pedrinha?
.
P.S. Peço desculpa a todos os Amigos que me visitam, pela ausência da minha retribuição. A saúde trai-nos, como expresso no meu blogue da Bipolaridade. É em esforço que actualizo este blogue, mas é a minha "terapia" e tinha de o fazer.
7 comentários:
Meu querido amigo
Eu já tinha sentido que qualquer coisa se passava, já tinha passado por aqui...espero que melhores logo.
A história está cada vez melhor, mas o poema que a aconpanha é delicioso.
Beijinhos
Sonhadora
Coitadinha da Claúdia, suspira...
e está a pensar que delira...
ainda bem que a amiga Ivone
lhe confirma a sms no telefone :)
e o poema é uma declaração
e não lhe aguenta o coração :)
e vou acompanhando a continuação...não , não precisa ser a correr...e comentar, só quando apetecer!!!
beijinhos Sérgio
bom fim-de-semana sem acontecer dor
e em estrada de muita cor
Bom domingo...
Alice
"A noite só é bonita...
iluminada pelo teu corpo."
Quem resiste a versos iluminados desta forma?
A noite ganhou outro brilho, o teu conto vai ganhamdo contornos que ultrapassam a génese da escrita...
Neste episódio acrescentaste a amizade, um dos mais belos sentimentos humanos...
Beijinhos
P.S. Desejo as tuas melhoras!
Cada vez adoro mais esta historia...:)
Meu querido amigo desejo as melhoras para ti:)
Beijo d'anjo
estás sempre aqui, onde nós estamos contigo.
por razões muito diversas cada um de nós precisa estar longe de vez em quando.
gosto da tua história imenso e do amor que chega através dela, e da intensidade sedutora dos cartões.
a inspiração mantém-se bem viva.
Até já, Sergio
Beijo.
Declinaste a palavra amor na perfeição.
Amor é tudo o que alí escreveste.
O prazer é apenas um dos elementos que o compõem, e nós esperamos, ou melhor, desejamos que esteja na máxima percentagem, né?.....
pois... é tudo uma questão de qualidade/quantidade.
Beijo
'tás muito giro, alí :-) risonho!
Enviar um comentário